Prefeituras começam apertar o cerco na fiscalização do ITR em Mato Grosso do Sul

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As prefeituras de Mato Grosso do Sul vão começar a apertar o cerco na fiscalização do ITR (Imposto Territorial Rural), tributo que fica 100% nos cofres públicos municipais. 

Reunião foi hoje na Assomasul (Foto: Chico Ribeiro)
Reunião foi hoje na Assomasul (Foto: Chico Ribeiro)

 

A receita do imposto é considerada uma das saídas para o pagamento do décimo terceiro salário dos servidores no fim do ano, a exemplo do repasse de 1% extra do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), efetuado em dezembro.

A ofensiva de atuação das prefeituras na fiscalização do ITR foi discutida na tarde desta sexta-feira na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, com prefeitos, secretários municipais de fazenda e técnicos da Receita Federal.

A fiscalização do ITR foi definida a partir de um convênio assinado entre as prefeituras e a Receita Federal em 2003, mas somente agora começa a ser colocada em prática.

A formalização do convênio é desde 2003 e criou uma grande expectativa por parte dos prefeitos, agora surge a oportunidade de colocar a mão na massa com muita responsabilidade de se efetivar o lançamento do ITR”, disse o delegado da Receita Federal, Flávio de Barros Cunha, presente ao encontro.

Ele explicou que, apesar de a fiscalização ser de responsabilidade das prefeituras, o contencioso administrativo continuará com a Receita Federal.

O delegado prevê possível incremento do imposto a partir do aumento da presença fiscal nos municípios, lembrando que a receita do tributo dobrou desde que o convênio com as prefeituras foi firmado.

A presença da prefeitura é muito maior que a da Receita Federal, por isso é grande a responsabilidade”, acrescentou, adiantando que está programando um segundo evento para treinamento dos fiscais.

Em discurso, o presidente da Assomasul, Douglas Figueiredo (PSDB), destacou a importância do encontro entre os gestores municipais e os técnicos da Receita, no qual o maior objetivo é orientar, conscientizar os prefeitos sobre a normatização da cobrança do ITR, seguindo os parâmetros estabelecidos pela Refeita Federal.

Crise

Douglas aproveitou a ocasião para pontuar a situação que os municípios atravessam no momento por conta da queda da receita.Mergulhada em crise, a maioria das prefeituras está em dificuldade financeira por causa da queda do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) em decorrência da concessão de incentivos fiscais à indústria automotiva e a outros setores da economia.

A isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que compõe o FPM juntamente com o Imposto de Renda, acaba afetando em cheio as prefeituras.

O déficit hoje é de R$ 11 bilhões e o governo federal só repassou R$ 1,5 bilhão para as prefeituras”, criticou Douglas, observando que a fiscalização do ITR é um dos mecanismos que as prefeituras têm para incrementar a receita. “Então, é uma verdadeira discrepância, tiram muito e devolvem pouco”, emendou. 

Douglas Figueiredo defende gestão compartilhada

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O presidente da Assomasul, Douglas Figueiredo (PSDB),  defendeu na última sexta-feira (16), ao abrir o seminário “Município Empreendedor”, no plenário na entidade, um modelo de gestão compartilhada como alternativa para tirar os municípios da crise e promover o desenvolvimento  de forma regionalizada.

Douglas durante a abertura do seminário (Foto: Chico Ribeiro)
Douglas durante a abertura do seminário (Foto: Chico Ribeiro)

Nesse sentido, Douglas ressaltou a necessidade da criação dos consórcios públicos visando à execução de ações conjuntas visando o crescimento sócio econômico  dos municípios de Mato Grosso do Sul.

“Estamos avançando muito em gestão compartilhada, acho importante essa junção de esforços”, acrescentou o dirigente, ao destacar a parceria institucional com os órgãos que compõem o Fórum Permanente Regional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte de Mato Grosso do Sul, idealizadores do seminário juntamente com a Assomasul.

De acordo com ele, a formação de consórcio, além de baratear custos de obras, projetos e serviços, garante a oportunidade para municípios de pequeno porte se estruturar e investir em várias áreas da administração pública.

O presidente da Assomasul disse ainda que os prefeitos precisam favorecer os fornecedores de seus municípios com objetivo de estimular a receita local e gerar emprego e renda.
“Tenho certeza de que se eu for comprar fora de minha cidade meu índice de ICMS nunca vai subir. É certo que temos de pensar em grandes  empresas sim, mas as vezes as soluções estão nos pequenos empreendedores”,  aconselhou.

Central de Projetos da Assomasul deve ser inaugurada em agosto

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Com suas instalações concluídas, inclusive com mobílias, a “Central de Projetos” deve ser inaugurada no mês de agosto na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.

Da esquerda para a direita, Alan, Roberto, Jorge Justino, Caravina, Luiz Antônio e Cacildo Pereira (Foto- Chico Ribeiro(
Da esquerda para a direita, Alan, Roberto, Jorge Justino, Caravina, Luiz Antônio e Cacildo Pereira (Foto- Chico Ribeiro(

Idealizado pelo presidente da entidade, Douglas Figueiredo, o complexo visa prestar assessoria técnica aos municípios, principalmente os de pequeno porte que não têm condições de montar uma estrutura suficiente para encaminhar suas propostas aos órgãos públicos, em Brasília, a fim de obter a liberação de recursos.

Na última sexta-feira (12), o diretor-executivo da Assomasul, Alan Gustavo Barbosa Monteiro, visitou o local acompanhado dos prefeitos Roberto Almeida (Taquarussu), Jorge Justino Diogo (Brasilândia), Pedro Caravina (Bataguassu), Luiz Antônio (Angélica) e Cacildo Dagno Pereira (Santa Rita do Pardo).

Na visita as dependências da Central de Projetos, Alan ressaltou que ideia é prestar assessoria técnica na montagem de projetos para os municípios.

O diretor-executivo da Assomasul explica que muitas vezes o dinheiro fica parado nos bancos oficiais, como Caixa Econômica, devido às dificuldades que as prefeituras têm para elaborar projetos que viabilizem o financiamento de obras por programas do governo.

Os casos envolvem obras de saneamento, urbanização de favelas e construção de moradias que deixam de ser executadas devido as prefeituras não possuírem estrutura para fazer os projetos e nem disponibilidade financeira para contratar técnicos que desempenhem essa tarefa.

É que os recursos assegurados pelos prefeitos por meio de emendas parlamentares são poucos e ajudam muito, mas quanto mais projetos eles encaminharem, maior é a probabilidade de conseguir verbas extras.

O que a maioria dos prefeitos tem reclamado, além da dificuldade financeira, são a burocracia excessiva e o alto custo de elaboração dos projetos, cuja soma desses fatores torna a captação de recursos muito difícil e muitas prefeituras acabam desistindo desse instrumento.