Governo Lula quer substituir saque-aniversário do FGTS por empréstimo consignado com juros mais baixos

 

O Ministério do Trabalho e Emprego informou que pretende acabar com o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e, em seu lugar, criar um empréstimo consignado ao trabalhador por meio do E-Social. O anúncio foi feito nesta semana, em audiência pública da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.

 

Segundo o ministério, o aumento de operações do saque-aniversário ameaça a sustentabilidade do FGTS. A estimativa é que, até 2030, essa modalidade de saque vai consumir R$ 262 bilhões, valor que daria para financiar 1,3 milhão de moradias, uma das funções do FGTS.

 

O saque-aniversário, criado em 2019, permite que o trabalhador saque uma parte do seu saldo de FGTS no seu aniversário; mas, em caso de demissão, ele fica só com a multa de 40%. As regras também permitem a contratação junto aos bancos de operações de antecipação dos saques.

 

O secretário de Proteção ao Trabalhador do Ministério do Trabalho e Emprego, Carlos Augusto Simões, disse que, em substituição ao saque-aniversário, o novo consignado em estudo poderá ter taxas semelhantes às oferecidas pelas operações de antecipação de saques.

 

A ideia é que o trabalhador escolha a melhor oferta de taxas de juros entre 80 bancos e faça o empréstimo por meio de aplicativo. “Nós vamos apresentar uma taxa que seja a mais próxima possível da antecipação. Com a vantagem de o trabalhador poder contar com o sonho de ter uma moradia no futuro. Hoje, esse sonho está em risco”, disse o representante do ministério.

 

Carlos Augusto Simões afirmou ainda que 66,3% dos trabalhadores que têm contas ativas no FGTS possuem saldo de até quatro salários mínimos, ou R$ 5.648,00. Quase metade deles está no saque-aniversário.

 

Já o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), que solicitou a audiência, disse que vai requerer do governo informações sobre os cálculos atuariais do FGTS que evidenciem a insustentabilidade do fundo com a manutenção do saque-aniversário. Para o deputado, o saque-aniversário tem sido importante para atender diversas necessidades do trabalhador, mas pode passar por aperfeiçoamentos.

 

Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Debate sobre o fim do saque-aniversário do FGTS. Dep. Capitão Alberto Neto(PL - AM)
Capitão Alberto Neto: o saque-aniversário tem sido importante para o trabalhador

Dois lados

 

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Renato Correia, o saque-aniversário pode inviabilizar o financiamento de moradias para famílias de baixa renda. Ele disse que os trabalhadores contratam operações bancárias de antecipação dos saques com juros de 23% ao ano e deixam de ter a oportunidade de usar os recursos para a compra da casa própria a 4% ao ano.

 

Representantes dos bancos presentes na reunião ressaltaram, porém, que 57% dos trabalhadores utilizam os créditos para pagar dívidas mais caras e que a arrecadação do FGTS vem crescendo. Eles defenderam inclusive a possibilidade de o trabalhador que usa o saque-aniversário poder sacar o seu saldo em caso de demissão sem justa causa.

 

O diretor da organização Euroconsumers-Brasil, Henrique Lian, afirmou que 75% dos beneficiados por operações de antecipação de saque-aniversário estavam negativados ao contratar os empréstimos. Ele disse que essas pessoas podem ser recusadas pelos bancos no novo empréstimo consignado.

 

Direito de escolha

 

Henrique Lian defendeu o direito de escolha do trabalhador. “Cada vez que o princípio da livre iniciativa é ferido, fere-se também o princípio da defesa do consumidor. Portanto, no presente caso, se o Estado quer apresentar a sua solução para capitalizar os consumidores, que o faça sem acabar com uma ótima solução de mercado”, declarou.

 

Já o representante da bancada dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS, Clóvis Scherer, disse que é preciso rever o saque-aniversário porque alguns trabalhadores fazem até 28 operações de antecipações de saques, comprometendo quase todo o saldo. Ele ressaltou que os juros cobrados pelos bancos nas antecipações são excessivos, porque não existe risco para o recebimento.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Comissão da Câmara dos Deputados aprova projeto que cria lista tríplice para escolha de comandante-geral da Polícia Militar

 

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei para determinar que governadores deverão escolher os comandantes-gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar a partir de uma lista tríplice.

 

Os comandantes-gerais terão mandato de dois anos, permitida a recondução uma vez, e só poderão ser destituídos por iniciativa do chefe do Poder Executivo do estado ou do Distrito Federal mediante ato devidamente fundamentado.

 

Foi aprovado o substitutivo do relator, deputado Junio Amaral (PL-MG), para o Projeto de Lei 164/19, do deputado José Nelto (PP-GO), e um apensado. Segundo o relator, houve necessidade de ajustar os dois textos à legislação vigente.

 

Junio Amaral explicou que a proposta original modificava dispositivo revogado pela Lei 14.751/23, que instituiu a Lei Orgânica Nacional das Polícias e dos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

 

“A possibilidade de nomeação com fortes ingerências políticas e sem participação dos integrantes das corporações continua presente, e a lista tríplice que anteceda a escolha do governador segue pertinente e necessária”, avaliou o relator.

 

Regras

A lista tríplice será formada, por meio de votação sigilosa dos militares da ativa, a partir dos coronéis – último posto do Quadro de Oficiais de Estado-Maior – com curso de Comando e Estado-Maior. O texto exige ainda regulamentação local.

 

“Não poderão participar da lista tríplice os oficiais especialistas de saúde, tendo em vista a peculiaridade da admissão deles nas corporações com a finalidade de atuarem nas atividades de saúde”, destacou Junio Amaral no parecer aprovado.

Próximo passo

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias

CPI das Apostas Esportivas ouve representantes da CBF na segunda-feira

 

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas volta a se reunir na segunda-feira (29), às 15h, para ouvir representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Um dos convidados é o diretor de Governança e Conformidade da CBF, Hélio Santos Menezes Júnior. O vice-presidente da CPI, senador Eduardo Girão (Novo-CE), é o autor do requerimento de convite ao diretor (REQ 39/2024).

 

Para Girão, é certo que a manipulação de resultados existe há muito tempo. O senador argumenta que esse tipo de situação “deve ser combatida com veemência pela CBF, entidade maior que tem a responsabilidade de gerir as competições esportivas dessa modalidade”.  De acordo com Girão, não há dúvidas de que o diretor de Governança e Conformidade da CBF “tem importância fundamental nesse momento de buscar a lisura no nosso futebol”. Girão diz considerar que o depoimento de Hélio Menezes Júnior permitirá a elucidação de diversos aspectos relacionados ao objeto de investigação da CPI.

 

Girão também é o autor do requerimento que convida o diretor de Competições da CBF, Júlio Avellar, para falar à CPI. Segundo consta no requerimento (REQ 48/2024), em 2022 houve o registro de 139 partidas de futebol sob suspeita de manipulação. No ano passado, foram 109 partidas. As suspeitas atingem todas as séries do campeonato brasileiro (A, B, C e D).  Girão diz que, como o convidado é responsável pela diretoria que tem como objetivo o planejamento, a operação e a organização de todas as competições administradas pela entidade, ele tem muito a contribuir com o trabalho da comissão.

 

A CPI ainda vai ouvir o oficial de Integridade da CBF, Eduardo Gussem. O relator da comissão, senador Romário (PL-RJ), é o autor do requerimento para que Gussem seja ouvido como testemunha (REQ 41/2024). De acordo com Romário, a CBF tem contrato firmado com a empresa de monitoramento SportRadar AG, recebendo regularmente relatórios sobre partidas suspeitas. O senador argumenta que Eduardo Gussem é a pessoa indicada para prestar informações sobre o tratamento dado aos relatórios recebidos pela CBF, bem como sobre os funcionários envolvidos na análise desses dados e quais os tipos de alerta sobre possíveis manipulações nas partidas de futebol.

 

A CPI

 

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas foi criada por um requerimento do senador Romário (RQS 158/2024). A comissão, presidida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), é composta por 11 senadores titulares e 7 suplentes, com previsão de durar 180 dias.

 

O objetivo da comissão parlamentar de inquérito é investigar fatos relacionados às denúncias e suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro, envolvendo jogadores, dirigentes e empresas de apostas.

 

Fonte: Agência Senado

Novo DPVAT volta à pauta da CCJ do Senado na próxima terça-feira

 

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve analisar, nesta terça-feira (30), projeto de lei complementar que recria o Seguro Obrigatório Para Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT). O PLP 233/2023 reformula e retoma a cobrança anual obrigatória de proprietários de veículos, conhecida como DPVAT, que foi extinto em 2021. O relator e líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), apresentou relatório favorável. A reunião está prevista para às 9h30min.

 

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Projeto susta resoluções sobre reserva de vagas a travestis e transexuais na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

 

Começou a tramitar na quinta-feira (25) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) o Projeto de Decreto Legislativo 05/2024, de autoria do deputado João Henrique (PL). A proposta susta parcialmente efeitos de resoluções de política afirmativa destinada à reserva de vagas para travestis e transexuais na pós-graduação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

 

Na justificativa, o deputado argumenta que a proposta se fundamenta na Constituição Federal, especificamente no artigo 19, inciso III, que prevê a vedação à União, Estados, Distrito Federal e Municípios de “criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”. Também afirma que o projeto busca “zelar pelos valores constitucionais consagrados para consecução do Estado Democrático de Direito, balizados pelos objetivos fundamentais de nossa República Federativa do Brasil”.

 

A proposta susta partes das Resoluções CEPE-UEMS 2.647/2023, 2.363/2021, 2.214/2020 e  2.015/2018. De modo geral, esses documentos tratam sobre reserva de vagas a alguns grupos, entre os quais estão os travestis e transexuais em cursos de pós-graduação “lato” e “stricto sensu” da UEMS.

 

O projeto segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Se for considerado constitucional, continuará tramitando na Casa de Leis com análises e votações nas comissões de mérito e no plenário.

Rodolfo Nogueira assume coordenação da Frente Invasão Zero em MS; objetivo é se contrapor ao veto do Marco Temporal

 

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) tomou posse na terça-feira (24) como coordenador da Frente Parlamentar Invasão Zero em Mato Grosso do Sul. Ao lado do presidente da Frente, deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), parlamentares foram empossados em solenidade que ocorreu durante reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

 

O objetivo da frente, que foi criada no ano passado, visa se contrapor ao veto ao Marco Temporal, recém-aprovado pelo Congresso, e defender o direito à propriedade. O grupo também visa apoiar, na Câmara dos Deputados e no Senado, outros temas de interesse do agronegócio, como a aprovação do Projeto de Lei dos Pesticidas, a proposta que trata de Crédito e Refinanciamento de Dívidas para os Produtores de Leite e a Tributação das Offshores.

 

No lançamento da frente, que ocorreu em outubro do ano passado, na ocasião o presidente Bolsonaro foi convidado de honra para prestigiar o evento. “Com a CPI do MST, que ocorreu em 2023, os criminosos que invadem terras se aquietaram, pois muita coisa foi revelada. A Frente Invasão Zero será importantíssima para a continuidade das investigações e para lutar ao lado dos produtores contra esses bandidos que invadem e depredam patrimônio privado e público”, finalizou Nogueira.

 

A frente terá como objetivo também fomentar reuniões, debates e estratégias para combater os conflitos e as invasões de terras que crescerem exponencialmente no Brasil, com o atual governo.

CRE ratifica acordo sobre sede do Comitê da Hidrovia Paraguai-Paraná

 

Em votação simbólica, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou na quinta-feira (25) a ratificação do acordo entre a Argentina e o Comitê Intergovernamental da Hidrovia Paraguai-Paraná (CIH) para o funcionamento da sede da entidade, em Buenos Aires. O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 927/2021, de autoria da representação brasileira no Parlamento do Mercosul, foi aprovado na forma do relatório do senador Nelsinho Trad (PSD-MS).

 

O acordo foi originalmente assinado em março de 2018 pelos ministros de Relações Exteriores do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, complementando pacto internacional de 1992 que criou o CIH e estabeleceu o Acordo de Transporte Fluvial pela Hidrovia Paraguai-Paraná. No entanto, segundo a exposição de motivos da Presidência da República, não havia instrumento de direito internacional que regulasse a relação entre a Secretaria Executiva do CIH e a Argentina na condição de país-sede da entidade.

 

Antes de ser submetido ao Senado, o PDL foi aprovado na Câmara dos Deputados. Em seu relatório, Nelsinho destacou que a ratificação do acordo enfrenta a discrepância entre o pleno funcionamento do CIH e a falta de normativa sobre sua sede.

 

“A aprovação da presente proposição trará ao sistema da Hidrovia Paraguai-Paraná a operacionalidade necessária e adequada para o seu bom funcionamento, favorecendo o desenvolvimento social e comercial da região proporcionado por essa estratégica hidrovia”, afirmou o senador.

 

Depois da votação simbólica, Nelsinho solicitou o envio da matéria ao Plenário em regime de urgência.

 

Fonte: Agência Senado

PEC que aumenta salários no Judiciário pode encontrar dificuldades, diz Lira

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a chamada PEC do Quinquênio, que está em tramitação no Senado, poderá encontrar dificuldades de tramitação na Câmara. A proposta cria parcela mensal compensatória para agentes públicos de carreiras jurídicas e aumenta em 5% os vencimentos de diversas categorias a cada cinco anos. A afirmação foi feita em entrevista à Globonews.

 

O presidente reconhece a necessidade da discussão sobre os subsídios da magistratura, mas, segundo ele, quando outras categorias foram incorporadas ao texto, a previsão de impacto fiscal foi enorme. “Quando entram mais categorias, perde-se o controle”, ponderou. O impacto fiscal pode chegar a mais de R$ 40 bilhões por ano, segundo o governo.

 

Prerrogativas de parlamentares

O presidente da Câmara voltou a afirmar que deve ser criado um grupo de trabalho para debater os procedimentos do Judiciário em relação às prerrogativas dos parlamentares, como inquéritos, afastamentos, prisões, buscas e apreensão. Ele explicou que há um interesse dos deputados para ter um regramento mais claro sobre suas prerrogativas.

 

“Os parlamentares estão reticentes com relação aos procedimentos do Judiciário como buscas, inquéritos, afastamentos e prisão. Na Câmara, todos os partidos querem definir mudanças na legislação para se ter um regramento claro”, disse.

 

Segurança pública

O presidente da Câmara defendeu mudanças na legislação para enfrentar os problemas da segurança pública no País, como tráfico de armas e de drogas. Ele também afirmou que é preciso rever o orçamento do Ministério da Justiça, para se poder estruturar e aperfeiçoar métodos de vigilância de fronteira e o próprio sistema prisional.

 

“Por outro lado, o cumprimento da pena, a progressão da pena existe porque nosso sistema prisional é muito falho. Você não recupera e não dá condição [para recuperar o preso]. E isso demanda recurso”, finalizou.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Senador Nelsinho Trad destaca impacto transformador da Rota Bioceânica em Cerimônia Sino-Brasileira

 

O senador Nelsinho Trad (PSD/MS), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China, foi homenageado na quarta-feira (24) com a medalha “Cruz do Mérito da Fraterna Integração Brasil – China”, durante a Cerimônia Solene Mérito Sino-Brasileiro realizada na Câmara dos Deputados em Brasília. O protagonismo do sul-mato-grossense lhe garantiu, mais uma vez, destacar o projeto do Corredor Bioceânico que atenderá Mato Grosso do Sul.

 

“Celebramos, agora, 50 anos de laços diplomáticos com a China e é gratificante observar como nossa colaboração se estende muito além do comércio e tecnologia, alcançando iniciativas transformadoras como a Rota Bioceânica”, afirmou o presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China, senador Nelsinho Trad.

 

 

Também destacou que a Rota Bioceânica não é apenas uma ligação física entre Mato Grosso do Sul e os portos chilenos, mas um símbolo potente da integração do Brasil com a Ásia, particularmente com a China, principal parceiro comercial do MS. “Esta via representa um futuro de expansão econômica, fortalecimento de laços culturais e tecnológicos e promoção de um desenvolvimento sustentável e inclusivo para toda a América do Sul”, explicou o senador.

 

Essa condecoração, instituída em 2004 a pedido do então embaixador Plenipotenciário da China no Brasil, Jiang Yuande, celebra as relações diplomáticas entre os dois países, simbolizando o esforço contínuo para fortalecer as conexões sociais, culturais e econômicas entre Brasil e China. O senador Nelsinho Trad ressaltou a importância crescente das relações sino-brasileiras, caracterizando-as como uma parceria estratégica vital para o desenvolvimento e a integração global de ambos os países.