Senado recebe processo de impeachment da presidente Dilma; tramitação começa nesta terça

ZeroUmInforma/Política – O Senado recebeu nesta segunda-feira (18) o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que passa a tramitar na Casa. O presidente da Casa, Renan Calheiros, fará a leitura do documento em Plenário na terça-feira (19), e depois disso já poderá ser constituída a comissão especial que será responsável pela condução do assunto.

Renan Calheiros se reuniu com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e com alguns senadores e deputados federais para receber o processo. Ele garantiu que o Senado cumprirá o devido rito legalmente estabelecido para o prosseguimento do impeachment.

— É papel do Senado instaurar o processo, admiti-lo ou não, e julgar. Pretendemos fazer isso com absoluta isenção e total neutralidade. Não poderemos agilizar de tal forma que pareça atropelo ou delongar de tal forma que pareça procrastinação. Garantiremos o processo legal, o prazo de defesa e o contraditório — assegurou.

SAIBA MAIS: Câmara entrega hoje ao Senado relatório do impeachment

A leitura da denúncia contra Dilma e a autorização da Câmara para abertura do processo de impedimento será feita à tarde, logo antes da ordem do dia. A partir daí os líderes partidários poderão indicar representantes para a comissão especial, que terá 21 membros titulares e 21 suplentes. Antes disso, às 11h, Renan terá reunião com os líderes para definir os prazos e o ritmo de trabalho da comissão e a proporcionalidade de cadeiras para cada bancada.

Após as indicações, a composição da comissão especial será referendada pelo Plenário, na forma de chapa única, sem a possibilidade de candidaturas avulsas. O colegiado terá 48 horas para realizar a sessão de instalação, durante a qual serão escolhidos, por eleição, o presidente e o relator.

A comissão terá dez dias úteis para apresentar seu relatório final sobre a admissibilidade do processo de impeachment. Independentemente da deliberação dos membros, o texto será apreciado pelo Plenário. Caso a maioria simples dos senadores aprove a recepção do processo, o Senado notificará o Palácio do Planalto e a presidente Dilma Rousseff será afastada do cargo por 180 dias. A partir daí, o Senado passará a julgar o mérito da acusação.

Prazos

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que não cabe a ele opinar sobre a condução do impeachment no Senado, mas declarou que o país não pode viver muito tempo sob um governo de futuro indefinido.

— Hoje tem meio governo. Se o Senado autorizar o processo, o governo vai sair. Se não autorizar, o governo vai voltar. Para que essa paralisia não se prolongue, o ideal é que, dentro da legalidade, do regimento e da Constituição, [o processo] seja o mais célere possível — recomendou.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) exigiu rigor no cumprimento dos prazos e disse entender que a votação do parecer da comissão em Plenário não pode acontecer antes do dia 11 de maio. Ele lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já estabeleceu um rito e afirmou que o governo confia em Renan Calheiros para assegurá-lo.

— Não vamos aceitar que se atropele o rito definido. O governo conta com o presidente Renan. Ele sempre se posicionou pela defesa da legalidade e dos prazos regimentais, e confiamos que isso vá acontecer. Aqui não vai ser como Eduardo Cunha fez na Câmara — afirmou.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) observou que os prazos destinados às atividades da comissão não precisam ser exauridos e que todas as etapas podem ser cumpridas rapidamente. Ele também defende que o Senado trabalhe durante fins de semana e feriados.

— Não estamos pedindo nem o alongamento e muito menos a celeridade. A lei do impeachment manda que amanhã mesmo sejam indicados os representantes dos partidos. Vamos tentar construir um acordo para que possamos na própria quarta-feira eleger o presidente [da comissão]. A comissão não tem necessidade de ter 10 dias de prazo, ela pode trazer o relatório com três ou quatro dias.

“Fatos novos”

A respeito da expectativa do resultado da primeira votação no Senado — a admissibilidade do processo — Lindbergh Farias garantiu que o governo “não jogou a toalha”. Ele afirmou que as esperanças de garantir um resultado favorável estão depositadas em “fatos novos” que possam aparecer a respeito do vice-presidente da República, Michel Temer.

— Está se mostrando claramente que o Temer tem uma grande rejeição. Nesse próximo período vão sair mais pesquisas mostrando a impopularidade dele e que ele não tem legitimidade para assumir a presidência — afirmou.

Lindbergh também classificou a votação do impeachment na Câmara dos Deputados como um “circo de horrores” que teve uma repercussão ruim na sociedade e deixou o povo “desconfiado”.

Por sua vez, Ronaldo Caiado assegurou que a oposição já conta com os votos necessários para garantir a admissibilidade do processo pelo Senado, o que resultaria no afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff.

— Já temos uma ampla maioria e não podemos dar espaço a essa especulação. O PT sempre trabalhou em cima de especular a mentira. Temos mais de 50 senadores favoráveis. Essa etapa para nós é matéria vencida.

Fonte: Agência Senado 

Novos ministros só serão conhecidos após Dilma voltar de Cuba

ZeroUmInforma 

Presidente e o ex-presidente Lula durante encontro hoje no Palácio da Alvorada (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
Presidente e o ex-presidente Lula durante encontro hoje no Palácio da Alvorada (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

O porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, disse hoje (20) que o anúncio dos nomes dos novos ministros só serão divulgados após a presidenta Dilma Rousseff voltar ao Brasil. Haverá uma reforma ministerial, em função da saída de alguns ministros que irão disputar eleições em outubro.

A presidente participa no final desta semana do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Depois viaja para Havana, em Cuba, para a reunião da Comunidade dos Cúpula dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

A informação foi dada após a presidente Dilma Rousseff se reunir com o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva. No encontro, no Palácio do Alvorada, estiveram presentes o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, e com o ex-ministro das Comunicações, Franklin Martins.

A reunião durou cerca de cinco horas. De acordo com o porta-voz, possíveis convites a substitutos de ministros do atual governo são “especulação”. “Todas as confirmações só serão feitas após o retorno dela [a presidenta] da Europa e de Cuba”, disse Thomas Traumann.

Na Suíça, a presidente participa do Fórum Econômico Mundial nos próximos dias 23 e 24 de janeiro, quinta e sexta-feiras. A partida para Cuba está prevista para os dias 25, sábado, ou 26, domingo, com previsão de compromissos nos dias 27 ou 28.

Reforma política incluirá financiamento de campanha e sistema de voto, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff confirmou que enviará hoje (2) ao Congresso Nacional mensagem pedindo um plebiscito para discutir a reforma política. Segundo ela, o governo pretende discutir pelo menos dois pontos: financiamento de campanhas e sistema eleitoral.

Dilma Roussef acelera reforma política depois da população ir às ruas (Foto: Divulgação/ABr)
Dilma Roussef acelera reforma política depois da população ir às ruas (Foto: Divulgação/ABr)

Segundo a presidente, existirá a possibilidade de a população escolher entre o voto proporcional, distrital e misto. Dilma, no entanto, declarou que a formulação das perguntas não cabe ao Palácio do Planalto, mas ao Congresso e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela ressaltou ainda que o poder de convocar uma consulta popular cabe exclusivamente ao Congresso.

“Não vamos dar sugestões de perguntas. Isso fica entre o Senado, a Câmara dos Deputados e o Tribunal Superior Eleitoral. Está claro, na Consituição, que quem convoca plebiscito é o Congresso Nacional. Por isso, insisti na palavra sugestão no que se refere à relação entre o Executivo e o Legislativo”.

Fonte: Agência Brasil