Conselho Federal justifica a baixa adesão ao Mais Médicos; hoje está previsto novo protesto

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) justificou ontem (29) a baixa adesão de brasileiros ao Programa Mais Médicos à decepção com as condições oferecidas pelo governo para os profissionais.  Dos 16.530 médicos com diploma brasileiro ou revalidado preliminarmente inscritos, apenas 3.891 completaram o cadastro. A demanda apresentada pelos municípios supera 15 mil médicos.

As entidades médicas defendem que o programa vai contra as leis trabalhistas pois os médicos não terão carteira assinada e nem serão servidores públicos, em vez disso receberão uma bolsa de R$ 10 mil sem contrato de trabalho. O Ministério da Saúde defende que os médicos do programa vão fazer uma especialização simultaneamente à atuação no Sistema Único de Saúde (SUS), por isso a “bolsa formação”.

Dos 1.270 médicos residentes que se inscreveram, apenas 31 concluíram a adesão. Esses profissionais terão que desistir do programa de residência para atuar no Mais Médicos.

Para o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, há uma proliferação de oferta de vínculos e esse é um dos motivos das desistências. “Estamos muito satisfeitos com o número de inscritos. Esperamos contar com todos eles”, disse o secretário, acrescentando que o programa vai ter mais fases para suprir toda a demanda dos municípios. A segunda fase de inscrições deve ter início dia 15 de agosto.

Lançado em julho, por medida provisória, o Programa Mais Médicos tem como meta levar profissionais para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil, como na periferia das grandes cidades e em municípios do interior. Para isso, o Ministério da Saúde pagará bolsas de R$ 10 mil.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

O programa também prevê a possibilidade de contratar profissionais estrangeiros para trabalhar nesses locais, caso as vagas não sejam totalmente preenchidas por brasileiros. A medida tem sido criticada por entidades de classe, sobretudo pelo fato de o programa não exigir a revalidação do diploma de médicos de outros países.

A Federação Nacional dos Médicos convocou a categoria para mais uma paralisação hoje (30), em protesto contra o Programa Mais Médicos e contra os vetos da presidente Dilma Rousseff a artigos da lei que regulamenta a medicina. Sindicatos de vários estados, como Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro e do Distrito Federal, anunciaram que vão aderir ao movimento.

Fonte: Agência Brasil

Em reunião com Moka, Padilha diz que brasileiros terão prioridade nas contratações

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Em reunião com Waldemir Moka (PMDB) e outros 15 senadores, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, revelou que o Governo Federal deve anunciar na próxima semana os critérios adotados para contratação de médicos.

Senador Moka promoveu reunião com ministro Alexandre Padilha (Foto: Divulgação)
Senador Moka promoveu reunião com ministro Alexandre Padilha (Foto: Divulgação)

Segundo Moka, o ministro informou que médicos brasileiros terão prioridade nas contratações e, caso as vagas não sejam preenchidas, será aberto espaço para profissionais estrangeiros. “O médico que assumir o cargo terá que exercer a função somente no município para o qual se candidatou à vaga”, afirmou.

Além do salário, os médicos que se candidatarem às vagas deverão receber ajuda de custo que poderá dobrar ou até triplicar os rendimentos no final do mês.

Em discurso no plenário do Senado ontem (5), Moka defendeu o acúmulo de cargo para os médicos militares, como uma forma de resolver o problema da falta de profissionais no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Moka ressaltou que há um grande contingente de profissionais das Forças Armadas disponíveis nos locais mais carentes de atendimento, impedidos de oferecer seus serviços à população mais amplamente.