Lula diz que sua honestidade é incomparável

(Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula)
(Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula)

ZeroUmPolítica – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (20) que não existe “uma viva alma mais honesta do que eu” ao responder denúncias de envolvimento dele em esquemas de corrupção. “Se tem uma coisa de que me orgulho e que não baixo a cabeça para ninguém é que não tem nesse país uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, do Ministério Público, da Igreja Católica, da igreja evangélica, nem dentro o sindicato. Pode ter igual, mas eu duvido”, afirmou em uma entrevista de cerca de três horas concedida a blogueiros na sede do Instituto Lula, zona sul paulistana.

Para Lula, são remotas as chances de que ele seja indiciado nos processos que apuram corrupção na Petrobras e outras estatais. “Não há nenhuma possibilidade de uma ação penal, a não ser que seja uma violência contra tudo o que se conhece neste país”, enfatizou. “O próprio [juiz Sérgio] Moro já disse que eu não sou investigado”, disse em referência ao magistrado que conduz os processos relativos a Operação Lava Jato.

O ex-presidente criticou a publicação de “mentiras” contra ele e sua família nos meios de comunicação. “O meu filho Fábio, o que fazem com ele é uma violência”, disse também em relação aos boatos espalhados nas redes sociais.

Por isso, Lula disse que pretende processar sempre que forem publicadas inverdades contra ele na imprensa. “Tudo o que os advogados entenderem que é possível abrir processo, eu vou abrir processo”, destacou. As ações judiciais serão, segundo o ex-presidente, direcionadas diretamente aos autores dos artigos e reportagens. “Tudo o que os advogados entenderem que é possível abrir processo, vou abrir processo”.

Dirceu 

Na entrevista, Lula também defendeu o ex-ministro José Dirceu. Segundo Lula, Dirceu foi um dos responsáveis pelo espaço conquistado pelo PT na política brasileira. “O companheiro Zé Dirceu pode ter cometido um erro. Mas a gente tem que saber que o companheiro Zé Dirceu é um dos responsáveis pela grandeza desse partido. O Zé foi um belo de um presidente [do partido]. O [José] Genoino foi um extraordinário presidente desse partido”, disse.

Genoino e Dirceu foram condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Além de presidente do PT, Dirceu foi ministro-chefe da Casa Civil durante o primeiro mandato de Lula (2003-2006). No final do ano passado, ele foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha no esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras. Para a força-tarefa da Lava Jato, o ex-ministro foi o “criador” e “beneficiário” das fraudes em contratos da estatal.

Segundo Lula, o PT repetiu práticas que pretendia mudar quando chegasse ao poder. “O PT errou, cometeu práticas que nós condenávamos. O PT precisa perceber que nós não nascemos para ser igual aos outros partidos políticos. O PT nasceu justamente para mudar a lógica da política dos partidos tradicionais”, ressaltou.

Porém, o ex-presidente acredita que o partido passa por um processo de “criminalização”, onde são levantadas suspeitas até sobre doações legais de campanha. “O que eu acho grave é o seguinte é que todos os partidos receberam dinheiro das mesmas fontes. Se você pegar a prestação de contas dos partidos políticos, você vai perceber que os empresários são os mesmos para todos os partidos”.

Lula disse concordar com os termos do manifesto divulgado por um grupo de advogados que defende acusados na Operação Lava Jato. No texto, os defensores reclamam do “excesso de prisões preventivas”, da “espetacularização dos julgamentos” e das “restrições ao direito de defesa”. “Eu li o manifesto dos advogados, achei pertinente e atualizado. Acho que está na hora de a sociedade brasileira acordar e exigir mais democracia, mais direitos humanos e mais respeito a tudo que construímos de fortalecimento das instituições”, destacou Lula.

Para o ex-presidente, as operações contra a corrupção na Petrobras estão cerceando o direito de defesa e violando direitos dos acusados. “No Brasil, nesse momento, nem habeas corpus as pessoas estão conseguindo. Está muito mais difícil do que no tempo do regime militar”, disse.

Lula conclamou os militantes do PT a defenderem nomes do partido, que têm sido apontados como integrantes dos esquemas de corrupção. “Enquanto não for comprovado que o cara cometeu erro, tem que estar do lado do meu companheiro. Que história é essa do cara cair na água e eu deixar ele morrer afogado? Não! Se eu puder ajudar, eu vou ajudá-lo”.

Fonte: Agência Brasil

Genoino tem prisão domiciliar prorrogada, mas não poderá voltar para SP

ZeroUmInforma

José Genoíno foi condenado no escândalo do Mensalão (Foto: Divulgação/ABr)
José Genoíno foi condenado no escândalo do Mensalão (Foto: Divulgação/ABr)

Condenado no julgamento do mensalão, o ex-deputado federal e ex-presidente do PT, José Genoino, teve a prisão domiciliar prorrogada até 19 de fevereiro de 2014, decidiu o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. Genoino, no entanto, teve negado o pedido de transferência para São Paulo e deverá ficar em Brasília até nova avaliação médica.

Na decisão, o presidente do STF alega que a perícia médica feita em novembro por médicos do Hospital Universitário de Brasília (HUB) indicaram ausência de doença grave que impedisse o cumprimento da pena no regime semiaberto. Barbosa ressaltou que o estado de saúde de Genoino está melhorando e que a assistência médica é garantida aos internos do Complexo Prisional da Papuda, no Distrito Federal, onde estão presos a maioria dos condenados no mensalão.

“A prisão domiciliar do apenado é meramente provisória. Como indica a própria defesa, seu estado de saúde está evoluindo e, mais do que isso, todas as informações existentes nos autos indicam que sua condição atual é compatível com o cumprimento da pena no regime semiaberto, dentro do sistema carcerário, nos termos da condenação definitiva que lhe foi imposta nos autos da AP 470 [Ação Penal 470]”, escreveu Barbosa.

Em relação à permanência de Genoino em Brasília, Barbosa argumentou que o próprio ex-deputado havia concordado, em 26 de novembro, em desistir dos pedidos de transferência para São Paulo. O presidente do STF destacou ainda que a jurisprudência (conjunto de decisões recentes) não permite que o preso escolha, por livre vontade e conveniência, onde cumprirá a pena.

Para justificar a prorrogação da prisão domiciliar, Barbosa citou o parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que recomendou cautela e pediu 90 dias, contados a partir de 21 de novembro, para transferir Genoino de volta para o Complexo da Papuda. O presidente do STF determinou ainda que a reavaliação médica do ex-deputado seja feita em Brasília e que Genoino arque com as despesas caso queira trazer um médico de São Paulo para fazer os exames.

Fonte: Agência Brasil