PSD discutirá aliança ”próximo” a junho diz Nelsinho

O PSD em Campo Grande está, segundo a máxima popular, com  a faca e o queijo nas mãos. Isto porque o prefeito Marcos Trad se prepara para reeleição sem viver grandes crises políticas – tem forte base aliada na Câmara dos Vereadores -, celebra parceria administrativa com o governador Reinaldo Azambuja, do PSDB,  e não enfrenta o massacre da opinião pública no que se relaciona às questões do seu trabalho. Assim, dá-se ao luxo de não apressar as conversações sobre alianças, mesmo com os tucanos, principalmente no que concerne a vaga de vice, oqie deverá ocorrer somente em junho. Apesar dessa performance, as lideranças do partido não se descuidam pois todos, pela experiência política que têm, sabem que vitória mesmo é quando os votos da última urna são contabilizados.

 

As negociações de aliança em Campo Grande estão a cargo do próprio prefeito, como decidiu o partido. As demais lideranças, como seus irmãos, respectivamente, o senador Nelsinho Trad e o deputado federal Fabio Trad, bem como o deputado estadual Londres Machado, vem percorrendo o Estado para definir o quadro de prefeitos nos municípios para o embate no dia 4 de outubro deste. No final do mês de fevereiro, a Excecutiva do partido  volta a se sentar com levantamentos em mãos lista preliminar de pré-candidatos. Londres está articulando em 23 municípios, Nelsinho cuida de 30  e, Fabio Trad, de 25.

 

Como presidente estadual da legenda, Nelsinho disse que todos os entendimentos na capital do Estado estão a cargo de Marquinhos,  lembrando que as demais lideranças, na qual se inclui, agem como ”palpiteiros”, colocando experiência acumulada ao longo dos anos para auxiliar – não decidir – nas eleições em Campo Grade. Mostra, porém, que está afinado com o irmão ao se utilizar um ditado popular sobre alianças, principalmente na questão de vice:  ‘’Fruta verde, quando se come, dá dor de barriga”.

 

Nas eleições de 2016, Marcos Trad decidiu trocar a Assembleia Legislativa de Mato Grosso pelo Paço Municipal. No segundo turno daquele embate, o hoje prefeito foi eleito com 241.876 votos contra sua adversária, a vice-governadora tucana Rose Modesto, que obteve 169.660 votos.

 

Se administrativamente Marcos  quando enfrenta queixas pontuais e trata de resolvê-las de imediato para evitar desgastes junto à população, na política ele ainda não se manifestou pender para este ou aquele lado  mesmo diante das reclamações de tucanos que defendem candidatura própria justificando, entre outras coisas,  que ele não está interessado na coligação pois não faz gestos para isso. ‘’Eu acho que tudo tem um momento certo. Do mesmo jeito que o PSDB demorou para indicar quem deveria ser o vice dele (de Reinado Azambuja, em 2018), que acabou sendo o Murilo (Murilo Zauith) e ele foi escolhido depois de muita análise de pesquisas qualitativas e quantitativas, de análise de grupo, de poder ver o que agrega o partido A, B e C, nós vamos fazer. Vamos deixar para discutir isso mais próximo do período de junho que é quando se esgota as coligações”, explica Nelsinho Trad.

 

Campo Grande: força política

 

Apesar ainda da não esperada formalização de aliança com o PSDB para a eleições, o prefeito Marcos Trad vem recebendo, nos últimos anos de sua administração, todo apoio do governo Reinaldo Azambuja.

 

O presidente estadual do PSD, senador Nelsinho Trad, defende essa reciprocidade administrativa como necessária.”Tem que haver pois Campo Grande responde por mais de 30% da força política em Mato Grosso do Sul” e lembra: “Foi muito importante na reeleição do atual governador. A gente tem que realmente olhar com olhos simpáticos a isso”.

 

Nesse aspecto, o tucano Reinaldo Azambuja reconhece o apoio que recebeu de Marcos Trad e contabiliza isso como um dos fatores para sua reeleição. Daí, portanto, vem defendendo aliança com o prefeito, abrindo mão de seu partidoser cabeça de chapa.

 

Se haverá oficializada aliança com os tucanos, desejo do governador, mas não de alguns setores do PSDB, não se sabe. A política ensina que o aliado de hoje, pode ser o adversário de amanhã.
Nelsinho disse que o PSD , em nível estadual, está agindo como determinou a direção nacional do partido.”Não é nada pessoal contra este ou aquele aliado. Isso é muito importante que se diga, mas sim a favor da sobrevivência do partido. Partido que quiser sobreviver e não ter uma linha independente de ação, corre o risco de ser riscado do mapa partidário político do Brasil”.

 

Ele afirma que o dirigente nacional do partido, o ex-ministro Gilberto Kassab deixou claro e vai exigir isso, ou seja, que o PSD tenha candidatos a prefeitos e vereadores nos municípios, onde possível, de Mato Grosso do Sul, levando-se em conta que a partir dessas eleições está proibida a coligação nas proporcionais, ou seja, cada partido terá que lançar chapa pura de vereadores.
“É um procedimento diferente e novo que a regra eleitoral está nos impondo. Ou você prioriza a sobrevivência do seu partido ou você corre o risco de ficar à margem do processo”, afirmou.
Nelsinho não deixou, porém, de afagar os partidos companheiros.

 

“É lógico que os aliados, eles precisam – e isso é civilidade na política – de você tabular com eles os territórios que você vai agir, onde você não vai e o PSD vai fazer isso”,afirmou.
Ainda sobre as novas regras, Nelsinho disse que com essa mudança eleitoral, é a primeira vez ”que vai filtrar democraticamente, porque vão ser extraídos do resultado eleitoral os partidos que vão sobreviver. Ao menos, metade de vai sucumbir”, disse.

 

Fonte: Correio do Estado