Lama Asfáltica que levou André até para cadeira é uma das prioridades do novo diretor-geral da PF

O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, assumiu ontem (20) o cargo e anunciou como prioridade o combate a corrupção. Segundo ele, operações como Lava Jato,  Cadeia Velha, Cui Bono e Lama Asfáltica terão foco especial, tanto na atuação junto ao Supremo Tribunal Federal quanto em relação às varas criminais.

 

A Lama Asfáltica, que está sendo realizada em Campo Grande, já está em sua quinta fase e levou para a cadeia, no dia 13 passado, o ex-governador André Puccinelli e seu filho, o advogado André Pucinelli Júnior. Ambos são acusados de crimes como lavagem de dinheiro e foram soltos mediante Habeas Corpus concedido pelo TRF3.

 

Às vésperas de um ano eleitoral, Segóvia disse ainda que o combate a esse crime relacionado às votações também estará no foco central de atuação da PF. A expectativa do diretor-geral é de que a corporação aja “com isenção total, independentemente de partidos políticos”.

 

Ele defendeu um novo capítulo na relação da PF e do Ministério Público Federal (MPF). “Hoje, há uma infeliz e triste disputa entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, mas confio no espírito de maturidade dessas instituições. É preciso escrever um novo capítulo e deixar de lado a vaidade. O único que se beneficia dessa disputa é o crime organizado”, ressaltou.

 

Segóvia se refere a uma queda-de-braço entre as duas instituições sobre a competência de policiais de firmar acordos de delação premiada nas investigações criminais. Para os procuradores, o dispositivo da Lei das Organizações Criminosas (Lei 12.850/2013) que prevê que o delegado possa fazer acordos de delação é inconstitucional.

 

Investigações criminais

 

Durante a cerimônia de transmissão de cargo, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, condenou o que chamou de “ilações especulativas” nas investigações criminais. Ele criticou a convalidação de “imputações sem referências sólidas nos fatos e documentos”.

 

Evidenciando a divergência com o Ministério Público, Torquato defendeu que é preciso dizer “não à vaidade fruto da ambição ou propósitos ocultos no processo”. “Essas condutas que se desviam da ética agridem mais a sociedade que o próprio indivíduo, porque geram uma dúvida coletiva sobre a isenção da conduta de quem atua em nome do Estado”, completou.

 

O presidente Michel Temer participou da solenidade, mas não fez uso da palavra.

 

Fonte: Agência Brasil