Ex-deputado federal Antônio Delfim Netto é alvo de busca e apreensão na Lava Jato

A 9ª fase da Lava Jato, batizada de Buona Fortuna, foi deflagrada nesta sexta-feira (9) para cumprir nove mandados de busca e apreensão, em Curitiba (PR), São Paulo, Guarujá (SP) e Jundiaí (SP). As investigações apuram propina para favorecer o consórcio que venceu a licitação para construção da Usina de Belo Monte, no Pará.

 

 

Um dos alvos de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) é a casa de Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e ex-deputado federal.

 

 

Ele é suspeito de receber 10% dos valores que as empresas teriam pago para serem beneficiados pelo contrato. Os outros 90% seriam divididos entre MDB e PT.

 

 

O nome de Delfim Netto apareceu na delação de Flávio Barra, ex-executivo da Andrade Gutierrez. O delator afirmou ter pago R$ 15 milhões ao político. Nesta sexta, o Ministério Público Federal (MPF) relatou ter rastreado valores superiores a R$ 4 milhões.

 

 

O dinheiro pago a Delfim foi uma gratificação por sua atuação na montagem do consórcio de empresas, segundo a delação de Barra. O valor foi depositado por meio de contratos fictícios de empresas de um sobrinho, Luiz Apollonio Neto. À época, o advogado Maurício Leite declarou que Delfim Netto sempre prestou consultoria e recolheu todos os impostos de acordo com a lei.

 

 

Em agosto de 2016, Delfim Netto prestou depoimento à PF e disse ter recebido R$ 240 mil do “setor de operações estruturadas” da Odebrecht, outra empresa que forma o consórcio Norte Energia, que venceu a Usina de Belo Monte.

 

 

Na ocasião, o ex-ministro alegou prestar consultorias à Odebrecht há 20 anos, mas não ter contrato assinado. E que recebeu o valor em espécie “por motivos pessoais, por pura conveniência” e que desconhecia que o dinheiro havia saído do setor de propinas da empreiteira.

 

 

G1 ligou para o escritório e para o celular do advogado de Delfim Netto por volta das 8h50, mas não o localizou.

 

 

Em nota, o PMDB afirmou que não recebeu propina nem recursos desviados no Consórcio Norte Energia e lamentou que “uma pessoa da importância do ex-deputado Delfim Neto esteja indevidamente citada no processo”.

 

 

G1 também procurou o escritório de Delfim Netto por volta das 9h15, mas um funcionário informou que ainda não havia nenhuma manifestação a ser feita naquele momento.

 

 

Fonte: G1

Foto:  GloboNews/Reprodução