Delcídio e executivos de empreiteiras prestam depoimentos em processo que envolve Lula

ZeroUmInforma/Política – O ex-senador Delcídio do Amaral e executivos de empreiteiras envolvidos na Operação Lava Jato prestaram depoimento nesta segunda-feira (22) em processo no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu. As informações são do Portal de Notícias G1.

O G1 informa ainda que, além de Delcídio, também prestaram depoimentos o ex-presidente da Construtora Camargo Corrêa, Dalton Avancini, e o ex-executivo da construtora Toyo Setal, Augusto Mendonça Neto.

De acordo com o Portal de Notícias, o ex-senador, que também é delator, afirmou que o pecuarista José Carlos Bumlai lhe disse, à época do concebimento do Instituto Lula, que estava trabalhando na estruturação da organização com a ajuda da Odebrecht.

“Ele [Bumlai] me disse que estavam procurando uma área, me falou que tinha procurado a Odebrecht para a estruturação do Instituto Lula, e, nas últimas conversas, ele praticamente disse que tinha o objetivo de, no curto prazo, colocar o instituto funcionando”, disse o delator. Bumlai confirmou, em depoimento na mesma ação, que participou da compra do terreno para o instituto.

Amaral, no entanto, afirmou – conforme o G1 – que nunca participou de reuniões com o ex-presidente Lula ou Bumlai para discutir a estruturação do Instituto Lula. De acordo com ele, tudo que ele sabe sobre o assunto foi relatado a ele por Bumlai. Segundo Amaral, as conversas dele com o pecuarista eram como um jogo de xadrez. “Cada um falava o mínimo necessário”, contou.

A defesa do ex-presidente perguntou se, entre as tratativas relatadas por Bumlai, houve a entrega uma nova sede do Instituto Lula. O ex-senador disse que não tinha conhecimento sobre o fato.

“A única coisa que o Zé Carlos Bumlai dizia pra mim era que ele estava cuidando especificamente da implementação do Instituto lula. Mas eu nunca me interessei em saber exatamente onde era, os desafios, nunca, nunca me interessei por isso não. Mas repito aqui o que ele falou pra mim, textualmente”, explicou.

Delcídio disse, ainda, que nunca houve qualquer referência sobre o envolvimento do ex-ministro Antônio Palocci na estruturação do Instituto Lula.Ao juiz Sérgio Moro, a testemunha de acusação disse que Bumlai relatou ter procurado ajuda de Marcelo Odebrecht para a implementação do Instituto Lula, mas não soube dizer se a ajuda era financeira.

Avancini

 Ouvido como testemunha de acusação, o ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini, também delator, foi ouvido como testemunha de acusação pelo juiz federal Sérgio Moro. Ele falou sobre o funcionamento do cartel e relatou pagamento de propina em contratos com a Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e com Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em consórcios formados pela empreiteira.
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou se Avancini fez algum acordo de colaboração com autoridades estrangeiras. O ex-executivo da Camargo Corrêa informou que foi procurado por autoridades americanas, mas o possível acordo não avançou, sendo que não houve qualquer detalhamento de proposta ou fatos a serem delatados.

Augusto Mendonça Neto, executivo da empresa Toyo Setal e delator na Operação Lava Jato, apenas confirmou informações já ditas em depoimentos anteriores.

Ele disse que a Odebrecht participou do cartel para vencer obras da Petrobras desde quando os acertos começaram e que era uma das empreiteiras líderes. Também eram consideradas “VIPs” no grupo as empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC, segundo o delator.

Ação penal

Nesta ação penal, Lula é réu por ter, supostamente, recebido vantagens indevidas da Odebrecht, por meio da compra de um terreno, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e também de um apartamento no mesmo andar do prédio em que ele mora, na mesma cidade. O terreno seria usado para construir uma nova sede para o instituto social que leva o nome do ex-presidente, e o apartamento é usado até hoje por Lula, como casa para os policiais federais que fazem a segurança dele.

Novos depoimentos

Nesta segunda-feira, Moro também marcou novos depoimentos de testemunhas nesse processo. As audiências com testemunhas de acusação e defesa devem seguir, pelo menos, até 12 de julho.

Fonte: G1

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