ZeroUmInforma/Política – A Santa Casa de Campo Grande, maior complexo hospitalar do Estado, vive um período de crise. O caos ganhou contornos com o fechamento do pronto-socorro, a interrupção do agendamento de cirurgias e a paralisação de funcionários. A pedido dos deputados estaduais, o diretor-presidente da Associação Beneficente de Campo Grande (responsável pela administração da Santa Casa), Esacheu Cipriano Nascimento, esteve na manhã desta quarta-feira (9/8), na Assembleia Legislativa, para esclarecer as contradições sobre os repasses financeiros. Após a intermediação dos parlamentares, o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Campo Grande se comprometeram a realizar a transferência dos recursos atrasados ainda na tarde desta quarta-feira (9).
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, cerca de R$ 9 milhões serão depositados, referentes a dois meses de atraso. “Do município serão repassados R$ 4,4 milhões. Ontem, o Estado fez o pagamento de R$ 4,5 milhões, que serão transferidos ainda hoje. Os recursos do Governo Federal, segundo o faturamento das guias executadas, são feitos entre os dias 12 e 20 de cada mês. Esse é o grande impasse, a administração da Santa Casa quer a garantia do repasse até o quinto dia útil”, explicou.
O diretor-presidente da Associação Beneficente acredita que com a finalização da contratualização entre os gestores públicos de saúde e o hospital será possível superar as dificuldades enfrentadas para o pagamento dos funcionários e custeio da Santa Casa. “Em dezembro de 2016 foi firmado um acordo e até hoje não foi implementado. Queremos que seja efetivado no próximo contrato, desta forma, poderemos ter crédito para financiar com outras fontes e garantir a assistência aos pacientes”, informou.
Cipriano Nascimento classifica como artificial a crise atual do hospital . “A Santa Casa continua seu atendimento. A única mudança foi que os portão estão com a entrada controlada. Na área vermelha estamos com 18 pacientes, portanto, a capacidade está completa”. Vice-líder do governo na Casa de Leis, o deputado Beto Pereira (PSDB) destacou que o Estado tem colaborado para o hospital sair da crise. “Além dos repasses mensais, o Governo do Estado tem feito transferências eventuais, com fins específicos. Algo em torno de R$ 1,5 milhão”.
O deputado Felipe Orro (PSDB), vice-presidente da Comissão de Saúde, afirmou que é preciso pensar em soluções definitivas. “Resolvido o problema pontual do atraso de repasse, a Santa Casa pleiteia na contratualização um aumento nos valores e o prazo de até o quinto dia útil para o depósito. Os deputados irão realizar uma nova reunião para discutir o assunto. Vamos fazer a intermediação para conseguir o entendimento. A solução é pagar em dia o pactuado”.
