O parlamento cubano indicou nesta quarta-feira (18) um sucessor para Raúl Castro.
Miguel Diáz-Canel foi anunciado como candidato único do partido que domina Cuba há quase seis décadas. Em seguida, os 604 integrantes da Assembleia Nacional foram às urnas.
Tradicionalmente, o candidato escolhido pelo Partido Comunista vence com mais de 80% dos votos dos parlamentares. Portanto, é certo que miguel Diáz-Canel seja oficializado na quinta-feira (19) na presidência, como o sucessor do ditador Raúl Castro.
A escolha encerra a dinastia dos irmãos Castro. Fidel Castro liderou a revolução cubana e tomou o poder em 1959. Comandou o país como um ditador e cedeu o posto ao irmão Raúl em 2006.
Mas o fim da era Castro não significa uma mudança de regime.
Díaz-Canel é hoje o primeiro vice-presidente de Cuba. Engenheiro eletrônico por formação, foi professor antes de engrenar na carreira política.
Diáz-Canel nunca deu uma entrevista para a imprensa estrangeira. Pouco se sabe sobre ele.
Quando jovem, tinha os cabelos compridos e ouvia rock.
Num país sem liberdade de imprensa, ele já defendeu que a mídia estatal fizesse uma cobertura mais crítica do governo e pediu um acesso mais amplo da população à internet.
Na política e na economia, ele é considerado linha dura, que defende a continuidade do poder absoluto do Partido Comunista.
O último Castro, Raúl, trabalhou com o então presidente americano Barack Obama para reestabelecer as relações diplomáticas entre os dois países. Agora, o novo presidente cubano vai ter que defender seus interesses perante Donald Trump, que ao assumir, voltou a restringir viagens e negócios de americanos com o país caribenho.
Como secretário-geral do partido, Raúl Castro continuará ativo na política, um pouco mais à sombra.
Fonte: G1
Foto: Yaciel Peña/Granma