Lava Jato: BTG Pactual e ex-presidente da Petrobras são alvos de buscas

A ex-presidente da Petrobras Graça Foster, o empresário André Esteves e o banco BTG Pactual são alvos de busca e apreensão na 64ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (23).

De acordo com a PF, são 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro.

 

A defesa de André Esteves disse que não vai se manifestar porque ainda está tomando conhecimento da decisão.

 

Em nota, o banco BTG Pactual disse que está à disposição das autoridades para que tudo seja esclarecido rapidamente e que o banco funciona normalmente

 

G1 tenta contato com a defesa de Graça Foster.

 

Segundo a PF, a investigação apura fatos de diferentes inquéritos e tem como base o acordo de colaboração premiada de Antonio Palocci. Trata-se da primeira fase da Lava Jato deflagrada a partir da delação do ex-ministro.

 

Uma frente das investigações apura informações que estavam em e-mails de Marcelo Odebrecht, prestadas por Antonio Palocci em delação, que dizem que a ex-presidente da Petrobras Graça Foster tinha conhecimento do esquema de corrupção existente à época na estatal, mas não tentou impedir a continuidade dos crimes, conforme o MPF.

 

Foster foi presidente da Petrobras entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015.

 

A PF informou que as investigações duram mais de um ano, feitas com base em provas colhidas em outras fases da operação, mas a investigação teve um “esgotamento” e só poderia avançar com a realização de novas diligências.

Entre os objetivos desta fase também está identificar os beneficiários da planilha “Programa Especial Italiano”, gerida pelo setor de propinas da Odebrecht, e como eram feitas as entregas de valores ilícitos a autoridades, informou a PF.

 

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), uma das linhas de investigação apura possíveis ilícitos envolvendo a venda de ativos na África, pela Petrobras, ao BTG, que pode ter causado prejuízo aos cofres públicos de R$ 6 bilhões, em valores atualizados.

 

No início do processo de vendas, os ativos tinham sido avaliados entre US$ 5,6 bilhões e US$ 8,4 bilhões. No entanto, em 2013, 50% desses ativos foram vendidos por US$ 1,5 bilhão, o que é considerado desproporcional pela força-tarefa da Lava Jato.

 

As investigações ainda apontam que a venda tem outros indícios de irregularidades, como possível restrição de concorrência para favorecer o BTG e acesso do banco a informações sigilosas.

 

Esta etapa também apura informações de Antonio Palocci, em delação premiada, de que André Esteves, no fim da campanha eleitoral de 2010, acertou com o próprio Palocci o repasse de R$ 15 milhões para garantir privilégios ao BTG no projeto de sondas do pré-sal, da Petrobras.

Inicialmente, o MPF informou que o repasse tinha sido acertado com o ex-ministro Guido Mantega, mas, durante a coletiva de imprensa, a PF corrigiu a informação e disse que, na verdade, o acerto foi com Palocci.

 

O ex-ministro afirmou que parte desse valor foi entregue em espécie a Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, na sede do Banco.

 

A defesa de Branislav Kontic disse que só vai se manifestar quando tiver informações sobre a operação desta sexta. O advogado ainda disse que Kontic foi absolvido, em um processo da Lava Jato, de ser portador de valores para Palocci.

 

G1 tenta contato com os outros citados.

Fonte: G1